Dadiva de Ísis

"O Céu dourado, céu dourado, é Ísis a mãe dos deuses, senhora do mundo primordial onde nasceram os deuses, tem seu lugar em Denderah"
Ísis é a deusa egípcia da natureza, que traz as cheias do rio Nilo, após as quais a terra se torna mais fértil.Os egípcios denominavam o seu principal rio como a "Serpente do Nilo", cujo ciclo anual desde à vazante e à cheia era o "Grande Círculo" simbolizando a serpente que morde a própria cauda.Julgavam que todas as serpentes fossem fêmeas e porque saíam do ventre da deusa Terra detinham os segredos ocultos desta deusa. Ísis usa uma serpente para fazer magia com Rá (Deus do sol).Ísis também assimilou a personificação da estrela Sirius, uma vez que este astro, ascendendo no horizonte um pouco antes da cheia do rio Nilo, foi interpretado como uma fonte de fertilidade.

HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR E EU ESTOU SEM ELA.

Durante nove meses da minha vida eu vivi no lugar mais protegido que poderia existir. Quando sai de lá, aos poucos comecei a perceber como a vida passa diante de meus olhos. Há uns 15 anos atrás eu não passava de um fantasminha (palavras dela) que ficava na cama esperando o “cadinho" chegar. Quando fiz cinco anos ela me levou pela primeira vez ao ballet (me lembro até hoje como fiquei fascinada de ver aquelas sapatilhas girando na minha frente) e aos 6 pela primeira vez na Escolinha de Artes. Os trabalhos do colégio sempre meio mal feitos estão até hoje em seu armário e ainda trazem nostalgia. Sinto falta do jardim onde brincávamos e do cheiro do jasmim que ele tinha. Os meus sonhos de criança que tiveram que amadurecer e me tornaram uma mulher acabaram nos separando. Hoje estamos a 739 km e a cada ano que se passa eu a vejo durante uns dois meses. O meu amor, porém é tão intenso que a saudade e dor da distância acabam por serem amenizadas.
Eu sinto falta de cada uma de vocês que vivem no castelo branco da Benjamim, mas principalmente dela que a cada noite enfiou minha mão no buraco da minhoca.

SE EU TIVESSE OS PODERES DE DEUS

Se eu tivesse os poderes de Deus, poderia eu receber o prêmio Nobel e não chegar atrasada, ir a uma favela do Rio e tirar o fumo da boca de um jovem sem tirar seu prazer...
Gostaria de ganhar uma rosa preta a noite da pessoa que eu ame e uma verde e laranja de dia. Para as pessoas solitárias daria amor eterno, para os que se sentem feios daria tulipas, para os amantes da noite daria um banho de sol, aqueles que só pensam em si faria nascer em seus umbigos algodão doce, os que se beijassem sentiriam o doce da maça do amor.
Eu beijaria a lua e abraçaria o sol de uma só vez... Do exercito americano um bando de pássaros e eu os admiraria ao delicado som de Mozart.
Mas será que se eu tivesse os poderes de Deus não nasceria algodão doce em meu umbigo?

Isadora, agosto de 2004